Thursday, March 29, 2007
CASA LIMPA E VAZIA
porque tu vens
e não te deixo entrar
escondo minhas cadeiras
a até mesmo o meu olhar
não te sirvo água
nem sobremesa
me escondo no quarto
ou embaixo da mesa
já tirei o pó
já limpei os vidros
mas quando chegas
te deixo com os meus livros
não compreendo
tamanha convicção
- Tu não mereces
habitar o meu coração!
PESSOAS E FRUTAS
não suporto pessoas vazias
ou aquelas enormes melancias
me mantenho sempre cheio
e, todos os dias, eu me recheio
não suporto pessoas repetidas
ou aquelas maçãs polidas
não suporte o toque com luvas
daqueles estranhos cachos de uvas
ou daquelas insignificantes bananas
que desconhecem minhas palavras insanas
Monday, March 26, 2007
Sunday, March 25, 2007
CARNAVAL DAS PALAVRAS
Lá vem elas... as palavras
Vestidas lindamente de melodia
Invadem o meu forte... que ironia!
E transformam as minhas masmorras em folia
E neste universo da orgia
o meu corpo é alegoria.
Lá vem elas... as palavras
Todas em forma de poesia
Derrubam os meus muros... que agonia!
E o meu coração descrente na fantasia
Mergulha em imensa euforia.
Lá vem elas... as palavras
Iluminadas pela luz do dia
Devastando-me como epidemia
Lá vem elas... todas nuas
E me trazem lembranças tuas.
Lá vem elas... as palavras
Vestidas lindamente de melodia
Invadem o meu forte... que ironia!
E transformam as minhas masmorras em folia
E neste universo da orgia
o meu corpo é alegoria.
Lá vem elas... as palavras
Todas em forma de poesia
Derrubam os meus muros... que agonia!
E o meu coração descrente na fantasia
Mergulha em imensa euforia.
Lá vem elas... as palavras
Iluminadas pela luz do dia
Devastando-me como epidemia
Lá vem elas... todas nuas
E me trazem lembranças tuas.
Friday, March 23, 2007
De quem são aqueles olhos?
De quem são aqueles olhos?
Aqueles olhos que me perseguem
Que cuidadosamente percorrem
Todos os caminhos por onde ando
Todas as grafias dos meus textos
De quem são aqueles olhos?
Aqueles olhos que me seguem
Que silenciosamente invadem
As minhas letras e as minhas imagens
De quem são aqueles olhos?
Aqueles olhos que distantes de mim
Direcionam o meu olhar.
De quem são aqueles olhos?
Aqueles olhos que me perseguem
Que cuidadosamente percorrem
Todos os caminhos por onde ando
Todas as grafias dos meus textos
De quem são aqueles olhos?
Aqueles olhos que me seguem
Que silenciosamente invadem
As minhas letras e as minhas imagens
De quem são aqueles olhos?
Aqueles olhos que distantes de mim
Direcionam o meu olhar.
Os meus pecados
registrados na forma de pecado
Aprisionei todas as musas
nos meus sonetos
profetizei as minhas dores
e os meus amores
promovi o questionamento
e o pensamento
confessei a minha solidão
e cada paixão
abri todas as portas
através das palavras
e fechei tudo / todos
dentro da minha poesia
os meus amores
as minhas epopéias
as minhas lágrimas
foram lidas
as minhas paixões
os meus desejos
e as incertezas
foram consumidas
o meu corpo
a minha mente
e o meu coração
ficaram sem vida
as palavras pulsaram
os versos falaram
as rimas cantaram
e o poeta?
- Aqui!
registrados na forma de pecado
Aprisionei todas as musas
nos meus sonetos
profetizei as minhas dores
e os meus amores
promovi o questionamento
e o pensamento
confessei a minha solidão
e cada paixão
abri todas as portas
através das palavras
e fechei tudo / todos
dentro da minha poesia
os meus amores
as minhas epopéias
as minhas lágrimas
foram lidas
as minhas paixões
os meus desejos
e as incertezas
foram consumidas
o meu corpo
a minha mente
e o meu coração
ficaram sem vida
as palavras pulsaram
os versos falaram
as rimas cantaram
e o poeta?
- Aqui!
Saturday, March 17, 2007
ARPOSSA
me assopra de mansinho
como se fizesse um carinho
e passeia por todo o meu corpo
mas não estranha, sou assim mesmo torto
com os pés virados para o céu
e a cabeça arrastando como um véu
me assopra intermitentemente
e assim liberto a mente
desconecto a minha emoção
deixando livre o meu coração
para sentir todos os prazeres
sem o fardo dos meus quereres
me assopra por completo
me enchendo do chão até o teto
quero explodir por todos os lados
ver os meus pedaços misturados
e depois montar lentamente
para me despedaçar novamente
me assopra de mansinho
como se fizesse um carinho
e passeia por todo o meu corpo
mas não estranha, sou assim mesmo torto
com os pés virados para o céu
e a cabeça arrastando como um véu
me assopra intermitentemente
e assim liberto a mente
desconecto a minha emoção
deixando livre o meu coração
para sentir todos os prazeres
sem o fardo dos meus quereres
me assopra por completo
me enchendo do chão até o teto
quero explodir por todos os lados
ver os meus pedaços misturados
e depois montar lentamente
para me despedaçar novamente
Wednesday, March 14, 2007
a distância de um amor
não me deixa te amar assim
com tantas nuvens ao nosso redor
e na ausência da minha lucidez
me deixa com as minhas coisas
com os meus versos
sozinho com os meus prazeres
Não me deixa te amar assim
Por um soneto ou uma melodia
eu não vivo de taquicardias
Não me deixa te amar assim
Com tantas distâncias
não me deixa te amar assim
com tantas nuvens ao nosso redor
e na ausência da minha lucidez
me deixa com as minhas coisas
com os meus versos
sozinho com os meus prazeres
Não me deixa te amar assim
Por um soneto ou uma melodia
eu não vivo de taquicardias
Não me deixa te amar assim
Com tantas distâncias
que nos aproximam
não me deixa te amar assim
não me deixa te amar assim
Saturday, March 10, 2007
Palavr’alma
Minh’alma é feita de palavras
Todas soltas e perdidas
Dentro dessa estrutura arcaica
De carne e osso
E são elas... as palavras...
que fazem o meu mundo girar
as rimas... os decassílabos...
e são elas... as palavras...
que fazem os loucos versos
que me surpreendo a escrever
e são elas... as palavras...
que fazem os meus solstícios
e os meus equinócios
e por elas eu me apaixono
até a última letra
Minh’alma é feita de palavras
Todas soltas e perdidas
Dentro dessa estrutura arcaica
De carne e osso
E são elas... as palavras...
que fazem o meu mundo girar
as rimas... os decassílabos...
e são elas... as palavras...
que fazem os loucos versos
que me surpreendo a escrever
e são elas... as palavras...
que fazem os meus solstícios
e os meus equinócios
e por elas eu me apaixono
até a última letra
Monday, March 05, 2007
Sunday, March 04, 2007
esse nosso amor-desamor
que tanto me fascina
brutalmente, me assassina
me deixando em pedaços
com os pés sujos e descalços
me enchendo de poesia
que depois me esvazia
me enfeitiçando com os teus cantos
que despertam os meus prantos
que provocam o meu desejo
na perfeição do teu beijo
me conduzindo por tuas telas
para uma sala sem janelas
onde a insegurança nauseante
induz ao vômito da minha arte delirante
e fico assim, no breu
até o dia, que eu possa ser teu